O relator dos projetos de lei que propõem acabar com o exame da Ordem
dos Advogados do Brasil, deputado federal Pastor Marco Feliciano
(PSC-SP), quer levar a discussão para o Plenário da Câmara. Isso apesar
de a proposta precisar de apenas uma aprovação na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania para ser enviada para o Senado.
Entre
os 17 projetos sobre o tema, a maioria quer a extinção por considerar o
diploma suficiente. Mas alguns querem ampliar as funções do exame, ou
até substituí-lo por comprovação de estágio ou de pós-graduação.
O
presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, é contra o fim da
prova. Para ele, a liberdade, saúde, dignidade e patrimônio são valores
humanos fundamentais defendidos pelos advogados em nome de seus
clientes, os cidadãos que buscam sua garantia nas lides no Judiciário.
"Parece-nos de clareza solar a importância de esses profissionais
estarem qualificados para sua função, sob pena de grave risco a tais
valores."
O presidente da OAB-RJ garantiu que, no caso de o
projeto ser aprovado, ocorrerá o aviltamento de um mercado já disputado
por mais de 700 mil profissionais, tendo por consequências imediatas a
queda na qualidade nos serviços à sociedade e os honorários no chão. "A
alegação de que nossa defesa do exame esconde interesses de poder ou
reserva de mercado carece de verdade e sustentação. Se assim fosse, a
OAB não seria muito mais rica e poderosa se representasse mais de cinco
milhões de pessoas?", concluiu Damous.
Não é outra a razão de a
OAB exigir do enorme contingente de recém-formados — estima-se em 5
milhões o número atual de bacharéis — a aprovação no Exame de Ordem,
prova capaz de aferir-lhes o conhecimento mínimo para habilitá-los à
advocacia, afirmou Damous. Ele lembrou que assim também é feito em
outros países, como na França, onde há duas provas, uma para o ingresso
na Escola de formação profissional do advogado, e outra após um ano de
estudos de prática.
Nos Estados Unidos, se quiser atuar em todo o
país, o bacharel precisa submeter-se a exame em cada um dos 50 estados. O
exame é necessário para que o bacharel em direito possa exercer a
profissão de advogado. Segundo Feliciano, que é favorável à extinção do
exame, o Plenário refletiria melhor o conjunto da sociedade, já que a
proposta é polêmica. Alguns projetos também buscam aumentar a
fiscalização sobre o exame e há os que determinam que os candidatos
aprovados
na primeira fase e reprovados na segunda fase possam fazer nova
inscrição diretamente para a segunda fase. No exame da OAB realizado em
2010, a reprovação dos candidatos foi de quase 90%
Fonte: http://www.conjur.com.br/2012-out-03/projeto-acaba-exame-oab-ir-voto-plenario-camara?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook
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